AMOR AGASTADO
O peito aperta, um ritmo acelerado,
Não de paixão, mas de angustia.
Amor agastado, conflitante,
Em meio ao caminho, enfraquecido.
Cobranças mútuas, como espinhos na flor,
A rotina esmagando aquele antigo fervor.
Palavras ásperas, ditas sem pensar,
Deixam no silêncio um eco a pairar.
Queremos colo, encontramos a queixa,
Aquele abraço quente, agora nos deixa
Uma ponta de angústia, um querer fugir,
Mas os laços apertam, nos prendem aqui.
E assim seguimos, entre o afeto e a dor,
Tentando achar a leveza daquele amor
Que um dia nasceu, tão puro e sereno,
E hoje se veste de um cansaço estafado.
Amarilis Pazini Aires